Um ônibus no túnel/ Gumercindo ofegante em afetos/ Olivia no trabalho, as mãos no bolso do casaco marrom e o homem dos olhos / Herta M. e uma lagarta se fingindo de morta/ A mãe na loja com quatro relógios para consertar/ Gente na lama/ Antônio e uma única frase escrita à mão/ Um poema que era para ser de amor. Estas e outras personagens povoam a sala de estar da GLENSE. Elas entram sem bater, bem à moda de uma guer- rilha, e vão ficando, ocupando o imaginário dos combatentes, circulando livremente entre conversas acaloradas sobre coisas seríssimas e abobrinhas homéricas, acompanhadas de taças de vinho, bolo de cenoura com cobertura de chocolate e risadas. Elas trazem textos novos ou silêncios prolongados. Mas pode também acontecer do papel ficar em branco e a caneta deitada sobre a mesa. Isso até o próximo encontro.